terça-feira, 27 de março de 2012

Voz é Vida: Cuide de sua Voz!

 

A fonoaudióloga Tatiani Rossini que atua com fonoaudiologia clínica e educacional, afirma que todos os indivíduos devem se preocupar com a saúde de suas vozes, principalmente aqueles que utilizam a voz como instrumento de trabalho, como os cantores, atores, padres, radialistas, leiloeiro, jornaleiro, advogados, empresários  e tele operadores. É importante que esses profissionais tenham conhecimento sobre o mecanismo de produção vocal e sobre hábitos vocais adequado. Tatiani refere que  desde o nascimento a voz humana já se manifesta através do choro, grito e riso e que todos somos reconhecidos e identificados através de nossa voz, sendo ela uma das expressões mais fortes, exclusiva do ser humano já que transmite muito mais que palavras, ela exprime nossos sentimentos mais ocultos. A mesma acresenta que apenas ouvindo a voz de alguém podemos supor o sexo, a idade, a raça e o nível sócio-econômico-cultural da pessoa. “Às vezes até imaginamos se o falante é gordo ou magro, novo ou idoso, bonito ou feio... mais ainda, formamos conceitos sobre sua personalidade, se é ou está no momento: agressivo, calmo, ansioso, feliz, triste, afetuoso.” – diz a fonoaudióloga.
Como é produzida a voz?
Conforme a profissional, a voz é produzida quando o ar que vem dos pulmões passa entre as pregas vocais localizadas na laringe, fazendo-as vibrar, produzindo então, um som. Entretanto, esse som precisa ser amplificado por cavidades de ressonância, ou seja, pela faringe, boca e nariz, sendo modificado também pelos dentes, lábios, língua e palato mole (parte posterior do “céu da boca”).



Como perceber um problema de voz?
Segundo a fonoaudióloga o aparecimento de rouquidão, cansaço vocal, perda da voz, dor ou sensação estranha na garganta ao engolir, garganta seca, saliva grossa, pigarro, ardência e falta de ar são sinais que há algo errado na produção da voz. Podem ser sinais de patologias que acometem a laringe, podendo estar relacionadas ao mau uso e/ou abuso vocal. A consulta com um médico otorrinolaringologista ou fonoaudiólogo é necessária caso os sintomas persistam por mais de 15 dias.
O que pode fazer mal para voz?
Tatiani nomeia alguns fatores que podem prejudicar a voz como: fumo, álcool, ar condicionado, falar muito alto, falar sussurrado ou cochichado, posturas corporais inadequadas, substancias alérgicas ou ambientes empoeirados. Adiciona que pigarrear ou “raspar a garganta” oferece a sensação de que se elimina um corpo estranho na laringe, aliviando o sintoma de pressão na garganta, com eventual melhora da voz, porém, tal gesto é uma agressão para as pregas vocais, piorando a condição da laringe.  Diz ainda que  alimentos e bebidas muito gelados são sempre nocivos, pois o choque térmico causa uma descarga imediata de muco e edema das pregas vocais. A fonoaudióloga lembra que a alimentação também pode refletir na voz, já que alimentos pesados e muito condimentados lentificam a digestão e dificultam a movimentação livre do músculo diafragma, essencial para a respiração;  a mesma adverte que  alimentos como o leite, chocolate (e seus derivados); e mel aumentam a secreção de muco do trato vocal, prejudicando a ressonância, e induzem à produção de pigarro; já a cafeína resseca ao tecidos das pregas vocais; bebidas gasosas favorecem a flatulência, prejudicando o controle da voz.
O que faz bem para voz?
A profissional recomenda alguns itens abaixo:
Hidroterapia (Água): Para que ocorra a vibração das pregas vocais de modo livre e com atrito reduzido é essencial que a laringe esteja bem hidratada, assim como todo o trato vocal; ideal: 2 litros p/ dia;
Esportes: Alguns esportes favorecem mais a nossa produção vocal do que outros: a natação e o caminhar são muito indicados, pois ativam todo o corpo e melhoram nossa respiração;
Evitar pastilhas refrescantes - elas são como anestésicos e podem permitir o abuso vocal;
Articular bem as palavras, usando também expressões faciais para evitar o abuso vocal;
A maçã e frutas cítricas, por sua ação adstringente auxilia a limpeza da boca e da faringe, favorecendo a voz com melhor ressonância;evita o pigarro, capaz de machucar as cordas vocais;
Mastigar bem os alimentos, dar preferência aos leves e evitar os muitos temperados;

Realizar exercícios de respiração, de relaxamento e de aquecimento vocal orientados pelo fonoaudiólogo, principalmente no momento que antecede o uso profissional da voz;
 Em geral a rouquidão resulta de um pólipo, que é um inchaço nas cordas vocais, ou um calo, que nada mais é do que um nódulo provocado pelo atrito entre elas. O certo é ficar de ouvidos bem ligados para diferenciar uma aspereza vocal passageira, provocada por uma gripe ou algo assim, daquela que denuncia um problema mais grave –finaliza Tatiani. Procure um fonoaudiólogo para receber orientação quanto ao tratamento mais adequado ao seu caso.

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