Alguns educadores e pais já perceberam que certas crianças desatentas e agitadas têm um desempenho escolar prejudicado e isso pode estar relacionado com o tipo e modo de respirar. As causas de respirar pela boca podem ser decorrentes de amígdalas e adenóide aumentadas, alergias entre outros fatores. Existem evidências, apresentadas em pesquisas cientificas, de que crianças respiradoras orais, em sua maioria meninos, apresentam potencialmente mais problemas cognitivos e de comportamento do que as outras. Há relação entre a respiração oral e distúrbios de atenção, hiperatividade, enurese, comportamento agressivo e anti-social, refere a fonoaudióloga. Na fase da alfabetização a criança já passou pela fase inicial de socialização e aquela dificuldade de relacionamento e agitação pertinentes a idade deveria estar sendo superada. “O que se nota no respirador oral é uma dificuldade em manter a atenção e controlar-se, além de um ritmo mais lento na aquisição da leitura e escrita” refere à especialista. Não apenas a auto-estima da criança, mas sua segurança perante o aprender está em jogo. Como os problemas respiratórios são comuns nesta idade, este prejuízo pode marcar a criança como uma incapacidade de aquisição e não apenas como uma dificuldade transitória que mediante tratamento e orientação pode ser ultrapassada. “Alguns adolescentes que apresentaram problemas respiratórios ao longo da infância continuam sendo rotulados como alunos preguiçosos, agitados e desatentos durante toda sua vida escolar. Talvez este seja um fardo muito grande de ser carregado por causa do desconhecimento dos pais e professores” afirma à profissional.
Vamos entender!
. O nariz é o órgão pelo qual se inicia a respiração, processo vital para os seres vivos. A respiração normal é composta de 2 etapas:
*expiração: o ar que vem dos pulmões sai pelo nariz, já pobre em oxigênio e rico em gás carbônico
“Quando o nariz é, total ou parcialmente, substituído pela boca na atividade respiratória, o resultado é uma doença denominada Síndrome da Respiração Bucal ou Síndrome da Insuficiência Respiratória Nasal, que pode ser grave e deixar seqüelas para o resto da vida do paciente” diz Tatiani, fonoaudióloga que trabalha com a reabilitação de respiração. A mesma adiciona que “respirando pela boca o tórax não se expande completamente, falta ar para ocupar todo o espaço pulmonar e diminui a quantidade de oxigênio fornecida ao organismo. Segue abaixo algumas características de respirador oral:
1) Apresenta face alongada, caracterizada pelo aumento da altura da metade inferior do esqueleto dentofacial;
2) Apresenta olheiras devido à diminuição da drenagem linfática;
3) Possui as asas do nariz hipodesenvolvidas;
4) Apresenta mau hálito;
5) À noite, seu sono é agitado, baba e ronca;
6) É sonolento, apresenta, muitas vezes, déficit de atenção, concentração e dificuldade de aprendizagem devido à falta de oxigenação no cérebro;
7) Apresenta rendimento físico diminuído;
8) É inapetente, porque o ato de se alimentar gera esforço e cansaço;
9) Prefere líquidos e pastosos, porque não requerem trabalho mastigatório;
10) Na criança, a respiração oral reduz o estímulo de crescimento do terço médio da face, levando à formação de palato em ogiva, hipodesenvolvimento lateral da arcada dentária superior, com consequente aumento ântero-posterior da mesma e protrusão dos dentes;
11) Apresenta postura corporal incorreta;
Todos os envolvidos muitas vezes sub-valorizam este problema respiratório e procuram ajuda quando as dificuldades de aprendizagem já estão em fase mais adiantada e o aluno já não acredita na sua capacidade de aprendizado e controle. Dessa forma, é de grande importância a orientação e o conhecimento dos professores e outros profissionais da educação sobre a relação da respiração oral, roncos, distúrbios respiratórios do sono e o desempenho escolar, para que possam reconhecer as crianças e orientar os pais na busca de um tratamento específico, contribuindo para uma melhora da evolução do aprendizado das crianças. O diagnóstico acertado e o tratamento precoce podem auxiliar muito na segurança que este aluno vai apresentar diante de todos os aprendizados futuros, podendo gerar a reversão das dificuldades e da indisciplina. Portanto, a observação familiar e da escola, além do tratamento adequado são fundamentais para a solução deste problema, finaliza Tatiani⌂.
Tratamento: Existem várias formas de tratamento para reabilitação da respiração. Procure um fonoaudiólogo para receber orientação quanto ao tratamento mais adequado ao seu caso.
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